quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

O templo do surf.


Para quem leu o título da postagem, com certeza já sabe do local que eu estou falando. Embora para cada um o templo do surf seja seu pico, suas ondas, para alguns até mesmo algumas ondas de fora do país como as da indonésia, ou califórnia não há como negar que a casa do surf, o local onde podemos definir com a casa de todo surfista é o arquipélago do Havaí.
Bem para não generalizar, vamos definir precisamente a ilha de Ohau, a sexta das 8 grandes ilhas do arquipélago onde fica a capital do estado, Honolulu e o famoso North Shore, local das principais praias de surf de todo planeta.
De fato existem pelo mundo outras ondas muito boas para serem surfadas, como as da indonésia com seus tubos perfeitos ou até mesmo aqui perto de nosso país, Chicama no Peru com as esquerdas mais longas do mundo (uma boa viagem para goofies ou até mesmo regulares que estão com o backside afiado), mas o Havaí carrega junto a ele a cultura do surf, talvez por lendas de que tudo começou por lá e que navegadores ao chegarem perto das ilhas já avistaram algo muito estranho, nativos deslizando sobre as ondas com tábuas gigantes de troncos ou madeira propriamente dita.
Mas de onde vem essa nossa paixão pelas ondas do Havaí? A mídia sempre coloca Pipeline como a água sagrada do surf mundial, apesar de seu imenso crowd, a praia anualmente recebe o evento do tour de maior visibilidade, o Pipe Masters já foi palco dos melhores surfistas do mundo entre eles Kelly Slater, Andy Irons, Mick, Taj entre vários outros da velha e nova guarda do WCT. Aliás, quem não se lembra da decisão entre Slater e Irons decidida na última onda da final da bateria, dando o título mundial para Andy?
Por mais assustadora que seja a formação de corais e o tamanho que chegam as ondas (que ainda assim não são consideradas big waves!!) de Pipeline, parece que as águas daquele local carregam a história do surf, não há nada que não tenha passado pelas areias e nenhum comentarista ou até mesmo surfista viu o que Pipeline viu, diariamente são tombos, tubos, alegrias e decepções que passam por ali e fazem com que o lugar seja o templo do surf mundial.
Mas adiante nesse mesmo North Shore temos a bacia de Waimea, local de ação de ninguém mais ninguém menos que Eddie Aikau, famoso surfista e salva vidas havaiano que morreu em um de seus resgates, em homenagem a ele sempre que as ondas da bacia chegam a 20 pés é realizado um campeonato em sua memória (o brasileiro e big rider Carlos Burle é um dos chamados para o evento), é por causa desse havaiano que surgiu a expressão famosa no surf mundial Eddie iria ou no inglês Eddie Would Go. Pário duro para pipe hein? Aliás, no mesmo North Shore ainda temos várias outras praias que poderiam ser consideradas facilmente templos do surf, para se ter uma ideia Haleiwa e Susnet também ficam ali perto.
Por todos os fatos apresentados, o Havaí se tornou por suas ótimas ondas e tradições envolvendo o surf, uma especie de "destino espiritual" do surfista, é nas águas desse local até mesmo nas ondas mais baixas que dizem acontecer a purificação daquele que surfa, como se fosse um pedaço de Kelly ou de Eddie entrando em você, aliás não é todo lugar que é berço de Andy Irons, Eddie Aikau, John John Florence entre muitos outros que andam surfando por ai certo? Sem esquecer do big rider G-Mac detentor do posto de maior onda surfada no mundo, em Portugal.
Bem, o Havaí é algo fora de série... Pode até ser que conforme os anos se passem, as ondas de Fiji ou até mesmo de outros lugares no mundo apresentem condições melhores que as de Ohau, mas nunca terão a tradição e força que pode ser até mesmo algo psicológico ou realmente espiritual de Pipeline, Waimea, Susent entre outras... Assim como templos velhos hoje tem muito mais valor que aqueles modernos para muita gente, o Havaí é o templo do surf e suas ondas por mais que sejam ultrapassadas nunca serão esquecidas para o verdadeiro surfista.

Gostou? Me siga no twitter @frases_surfista.


Minha analise sobre o Surfantasia!


Já imaginou você dividindo outside com heróis como o Homem Aranha e o Batman? Ou até mesmo tendo que disputar em remadas ondas com Bin Laden, O Panico e a Lacraia? E que tal esperar pela série em um longo papo com o Jason? Tudo isso se tornou possível em um evento em Matinhos (PR) que reuniu a galera do bodyboard, longboard, pranchinha, SUP e até mesmo quem gosta de caiaque!
A primeira edição do Surfantasia contou com uma incrível cobertura do portal waves (na minha opinião melhor site em relação ao surf), e funcionou muito bem prometendo a volta em 2012.
Para se inscrever cada participante teria que levar três quilos de alimentos, esses foram doados as comunidades pobres de Matinhos, além de divertir a quem surfava e assitia pasmo vários surfistas fantasiados o evento usou do esporte para ajudar a quem precisa. Foi o que todo mundo queria, ajudaram as comunidades pobres e ainda proporcionaram momentos de lazer com a maior simplicidade do mundo.
Além de tudo, existiram competições como a de melhor fantasia vencida pelo Coringa, e melhor manobra tanto no longboard quanto nas pranchinhas! Parece que o Zorro não só arranca suspiros das mulheres como dos juízes do pranchão, hahahahhahaha.
Apesar das várias ondas rabeadas e de algumas criticas o evento parece que voltará ano que vem, aliás fez bem pra comunidade e para os surfistas certo? No meu ver, não teria porque não merecer uma outra nota a não ser um 10 para a intenção e para organização do evento, que mesmo com toda sua simplicidade me deixou de boca aberta!

Evento: Surfantasia 2011.
Nota do Surfista Local: 10!

Para quem quer ver mais, aqui vai um vídeo de como tudo rolou... Créditos ao portal Waves que compartilhou tudo em seu site. Valeu até a próxima!
http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=LGceyiG2Law

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Quiver dos sonhos.


Todo mundo sabe que o surf é um ótimo esporte para todo tipo de gente, mas as pranchas andam carinhas não é? O que eu vou escrever agora não é pra ofender ninguém que não tem condições de comprar todas as que citarei aqui, até porque o quiver perfeito para mim é aquela prancha que te faz feliz, eu mesmo só tenho 1 e ela me basta =P...
Enfim, o meu quiver dos sonhos é:

Pranchinha 5'11 - Uma pranchinha moderna, tamanho 5'11 pra pegar umas ondas quebrando bem regular que são muito manobráveis, quem sabe até arriscar um aereozinho?
Pranchinha 6'4/6'7 - Pranchinhas um pouco maiores, nessa colocaria até uma condição que fossem bem largas com bastante flutuabilidade para entrar em algumas ondas mais difíceis, também arriscaria manobras um pouco ousadas com elas.
Longboard 9 pra cima - Um pranchão, bem estilo old school para os dias em que eu quero relaxar no mar, pegar algumas paredes passando a mão na onda em um pôr do sol, também usaria para entrar no mar em dias que as ondas estejam difíceis de remar de pranchinha.
Funboard ou Softboard 7 pra cima - Pra dar uma brincada em dias com ondas ruins, aquele surf de criança e arriscar algumas coisas que parecem impossíveis, até pra pegar umas espumas curtindo o visual da praia.
Bodyboard - Um bodyboard pra pegar umas ondas de peito quando der vontade, pegar umas paredes e até tentar umas manobras tradicionais do bodyboard de remada sem o tow surf.

Bem galera, esse é meu quiver dos sonhos e o seu? Mandem pra @frases_surfista no twitter!

Um dia na vida surfista.


São seis horas da manhã, horário relativamente cedo para quem poderia acordar a hora que quisesse. O personagem de nossa história acorda com certo sono, olha o despertador e pega toda a energia que guardou para em um instante pular da cama ainda meio tonto.
Para quebrar um pouco do cansaço, ele vai até o banheiro e molha a cara com água gelada, escova os dentes como é de costume e olha seu rosto no espelho, uma estranha mistura de sono com vontade de estar acordado, talvez porque nosso personagem teve um dos melhores motivos do mundo para acordar tão cedo.
Seguindo adiante, ele coloca uma bermuda velha que parece ser sua companheira de muito tempo, desce até a cozinha sem fazer muito barulho para não acordar ninguém, come algumas torradas e toma um copo de vitamina que havia deixado na geladeira.
Vai até a garagem e busca sua fiel escudeira, coloca sua prancha debaixo do braço e segue em caminhada em direção a praia, que fica a 4 quadras de sua casa... A caminhada que parece levar anos, enfim termina sendo presenteada com lindas ondas, sem perder muito tempo ele corre em direção ao mar sem ao menos aquecer, coloca o leash em sua perna de base e entra em direção ao outside.
Talvez quem veja de fora não tenha noção do que se passa na cabeça daquele menino sentado em cima de sua prancha esperando a série de ondas, mas ele lá dentro vive um dos melhores momentos que ele poderia viver e mesmo que as ondas de seu pico não sejam iguais, nem mesmo semelhantes as de pipeline, jaws ou até da indonésia, ele se sente como um de seus ídolos, Kelly, Andy ou até mesmo os brazucas como Gabriel Medina, Mineirinho, Carlos Burle, dropando uma onda atrás de outra.
A praia começa a lotar, afinal litoral em férias costuma receber muitos turistas, as ondas também parecem perder força e nosso personagem sai da água como um aviso que chegou a hora de dar um tempo, mesmo que quisesse ficar por ali e tentar forçar mais uma, ele pega uma espuma forte e vai deitado até suas quilhas rasparem a areia molhada.
No caminho de volta, tudo que ele pensa é o que vai ter de almoço quando voltar pra casa e nas ondas que pegou nessa manhã, agora a caminhada parece ir mais rápido, chegando em casa avança na comida e corre pra rede dar uma dormida, quando acorda já são três da tarde.
Corre pegar o telefone e ligar para seus amigos, e aí alguém quer dar uma surfada no fim da tarde? Unanime a resposta é sim, e então combinam de se encontrar em uma praça ali por perto, juntos seguem para a praia em busca de novas ondas e por lá ficam até o começo do escurecer, quando felizes todos voltam para suas casas relembrando as ondas que pegaram no dia...
Em casa, a janta é servida, conversa um pouco com sua família mas o cansaço de um dia de surf insiste em aparecer, é cedo, ainda são oito horas mas nosso amigo já vai dormir, pensando talvez em quando terá um dia igual a esse.

O texto foi só uma história de um menino que vai surfar, não quero dizer que pra todos é assim viu galera? Abraços, e bom surfe!

Preconceito no surf? Diga NÃO!


Difícil explicar o que faz alguém que surfa com uma 5'11 superior a alguém que surfa de longboard, ou o porque os que se estabilizam em pé na prancha são infinitamente melhores que aqueles que a dropam com uma prancha feita para descer de peito.
Deve ser porque não existe explicação, o simples fato é que esses não são superiores! Assim como quase tudo no mundo atual, temos dentro de um mesmo esporte diferentes ramificações de modalidades, porém todas com a mesma essência, seja você bodyboarder ou surfista de pranchinha o que você deseja no seu esporte é pegar onda, só se muda a maneira que você faz isso.
O que vem sendo triste e acontece com grande frequência é a discriminação de outro por sua maneira de querer correr as paredes das ondas, praias e mais praias lotadas de brigas estupidas devido a meia dúzia de longboarders, mais uns 3 bodyboarders e uma galera de pranchinha que querem o pico dominado pelo seu estilo. Não demora muito e os argumentos de cada um começam a serem citados, que cá entre nós não fazem sentido algum...
"Bodyboard não é surfe, você nem sobe em cima" ou "Com o tamanho dessa prancha até minha vó pegava onda" são exemplos claros da estupidez de quem se dá ao luxo de falar isso, BODYBOARD É SURF SIM e LONGBOARD EXIGE HABILIDADE SIM.
Agora pensando em outro esporte, como o futebol... Existem vários tipos de futebol certo? Futebol de campo, socyiet, futsal e até mesmo futebol de areia. Algum deles deixa de ser futebol? Em todos a essência é a mesma, marcar gols certo? É claro, tem suas diferenças, tem uma maioria que se enxerga melhor em um, e outra minoria que prefere o outro, mas o fato é que nenhum é melhor. Viram como não é difícil entender que no surf não é muito diferente?
Talvez se todos conseguissem entender, os picos não teriam tanta divisão entre quem surfa de stand up paddle, bodyboard, longboard, funboard ou até mesmo pranchinhas (não vou incluir o tow in pois exerce uma pequena vantagem na hora da remada), e até mesmo quem surfa de outro jeito pode aprender técnicas com outros estilos de surfistas e quem sabe num futuro experimentar um estilo que pode te agradar mais? Não é demérito para ninguém surfar com pranchão e nem com pranchinha, cada um tem suas características, tem seu estilo e deve se orgulhar de ser um surfista independente de como ele pega a onda!

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Onde estão as raízes?


De fato você já ouviu falar sobre o tal surf old school, muito vagamente confundimos esse antigo surfe com o surfe em longboards de hoje.
Para começar a entender é preciso saber que sim, o surfe antigo era realizado com pranchas de 9 pés para cima, conhecidas como longboards, mas talvez uma série de fatores contribuíssem tão bem para que aquele surf old school fosse o que foi, não só pela presença de pranchas grandes e manobras diferentes das atuais e sim pelo tempo que estamos analisando.
Tempo, esse mesmo que mudou os rumos de nosso esporte, que mostrou que apesar de parecer uma brincadeira de criança o surfe poderia se profissionalizar e ser o que é hoje com eventos milionários nas praias com as consideradas melhores ondas do planeta: Pipeline? Teahupoo? Trestles? Escolha a que você quiser!
Em paralelo ao crescimento e profissionalização que ocorreu do anos 70 até hoje, a cada década as raízes do surfe "vagabundo" vão se desfazendo. Vagabundo não no sentido de não trabalhar ou não ter outra ambição ao não ser pegar as melhores ondas do dia, aquele vagabundo que vê o surfe com os olhares do paz e amor e não se importa e nem se estressa ao sair da água em um dia de ondas ruins, ou aquele que eternizou a imagem do surfista antigo com sua bermuda de flores e longboard, com uma galera querendo estar ali para curtir as ondas, os amigos, enfim curtir a vida que é o que todos desejam.
Talvez por influencias, quem pega onda hoje em dia quer fazer manobras das mais difíceis, mesmo não competindo vive aquela tensão de não sair da água até acertar o aéreo igualzinho ao que viu estampado em um pôster ou a rasgada que rendeu um 10 na bateria que viu pela internet. Não tenho nada contra manobras, é até bom conseguir se superar e evoluir, mas e quanto a calma que o surfe deveria trazer?
Comum hoje é ver a molecada indo pra praia com uma pranchinha pequena e se estressando porque não acerta o que tem que acertar, além de curtir o momento, a onda, o surfe. Continuo defendendo minha opinião de que não há nada de errado com pranchinhas ou manobras, eu mesmo surfo com a minha prancha 6'4 que se difere bastante de longboards, mas prefiro viver com olhares de quem vivia na década de 70 ou 80, aquela visão menos focada em ser perfeito e mais focada em viver o momento perfeito.
Hoje, a galera que curtia a praia e as ondas, via tudo como paz e amor e aproveitada a onda que dropava como a última do universo, deu lugar a quem vem ai desbancando tudo com manobras extremamente superiores as antigas em nível técnico, mas sem aquele amor e calma que existia antigamente, sem viver realmente as raízes do surfe.

Inicio - O Surfista Local


Bom dia surfistas de todo o Brasil!

Para quem não me conhece sou o dono do twitter @frases_surfista, se quiser dar uma olhadinha nas frases e me seguir é só clicar aqui!
O blog é uma extensão de conteúdo do meu trabalho no twitter, aqui conseguirei opinar e escrever um pouco sobre o surfe atual e até mesmo sobre coisas que acho importante dentro e fora das águas, é claro envolvendo sempre o nosso amado esporte.
Como não sei muita coisa sobre edição e layout não esperem efeitos cinematográficos ou designs elaborados aqui hein, hahaha!
Espero que a galera curta bastante esse novo avanço, esperem por postagens! Aloha!